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Euforia com País turbina a bolsa e dá força ao real
Ibovespa tem pontuação mais alta em 15 meses e real, o maior nível do ano
Claudia Violante, Lucinda Pinto e Ricardo Leopoldo
A euforia com o Brasil e o enfraquecimento global do dólar fizeram o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) atingir ontem o maior nível em 15 meses, com 63.759 pontos. O principal termômetro da bolsa brasileira acumula valorização de quase 70% em 2009. A moeda americana caiu 0,97% e encerrou a quinta-feira valendo R$ 1,739, menor cotação do ano.
"Foi mais um dia em que o real surfou na onda positiva do mercado internacional", disse o operador para mercados emergentes da corretora Icap Brasil, Felipe Brandão. Segundo ele, o mercado assistiu a um fluxo "ligeiramente positivo" e continua reagindo à expectativa de novas entradas. "Há a perspectiva de que entre um volume bem razoável de recursos até o fim do ano", destacou.
O ex-ministro das Comunicações e estrategista da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros, observou que, se for mantido o atual ritmo de ingresso de capitais no País nos próximos trimestres, será inevitável que o real continue se valorizando com vigor. Para ele, o dólar pode chegar à cotação média de R$ 1,60 em 2010. Ele estima que o dólar atingirá o piso de R$ 1,50 em alguns momentos.
Na avaliação de Mendonça de Barros, a força do dólar como moeda de reserva global está "absolutamente abalada". "A atual crise mundial apenas catalisou um processo de reconhecimento internacional que o dólar não tem mais credibilidade para ser a moeda do mundo."
Em movimento que reforça o que disse o ex-ministro, diversos bancos centrais asiáticos intervieram ontem no mercado de câmbio para evitar uma valorização ainda mais forte de suas moedas (ler mais na pág. B10).
A Bovespa avançou ainda mais graças a uma combinação de notícias positivas no exterior, que elevou a procura por risco e fez as commodities e as bolsas globais fecharem em alta. A mineradora Alcoa, por exemplo, inaugurou a temporada de balanços nos EUA anunciando um lucro inesperado no terceiro trimestre de US$ 77 milhões, pondo fim ao ciclo de perdas que durou três trimestres.
O mercado também recebeu bem a notícia de que a taxa de desemprego na Austrália caiu em setembro para 5,7%. O dado ratificou a decisão do banco central australiano de elevar a taxa de juros, na primeira iniciativa de aperto monetário de um país desenvolvido depois da crise.
Para completar, o mercado de trabalho dos EUA teve na semana passada um número de pedidos de auxílio desemprego menor do que o previsto por analistas. As ações da Vale subiram 1,61% e as da Petrobrás, 2,28%.