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Recursos Humanos: Os novos desafios da profissão
Mais do que um setor da empresa, o RH deve assumir papel estratégico e ser protagonista no sucesso do negócio
Há tempos a área de Recursos Humanos vem deixando de ser apenas um departamento burocrático para tornar-se um setor estratégico nas organizações, com visão macro do negócio.
Esse redirecionamento do RH, focado na estratégia organizacional se deu devido aos avanços tecnológicos e a necessidade de maior valorização do capital humano, no entanto, a pandemia do covid-19 acabou acelerando esse processo de transformação, trazendo novas demandas á área.
Do dia para a noite as empresas tiveram que se adequar as restrições, propondo novas alternativas para as jornadas de trabalho e o modo de gerir os colaboradores, sem que isso afetasse a produtividade e eficiência das atividades.
De acordo com Ivan Jacomassi, Chief Operating Officer da Perfix, consultoria especializada em gestão estratégica de pessoas, ‘todo este cenário nos mostra a importância de estar atento ás tendências e aos novos desafios da profissão’.
É primordial para qualquer instituição que os valores e a cultura de trabalho da organização promovam um ambiente profissional respeitoso e acolhedor. Esse alinhamento deve unir a equipe em prol de objetivos em comum e ajudar a integrar os colaboradores de diferentes culturas e origens.
Perante isso, Jacomassi ressalta como um dos principais desafios da área de RH, a questão da diversidade. ‘Embora a diversidade seja uma vantagem para as empresas, o tema traz inúmeros desafios, que vão desde o processo de recrutamento e seleção, que deve unir essa valorização sem perder de vista as necessidades empresariais, até o gerenciamento e a comunicação desses colaboradores que trazem diferentes demandas a vida profissional’.
Portanto, o RH estratégico deve ter a orientação cultural como parte do processo de integração, sensibilizando todos os funcionários para as culturas das diferentes pessoas com quem convivem no ambiente profissional.
Outro assunto que merece destaque neste novo panorama da profissão é o fato do RH ser o conciliador entre os interesses da organização e de seus funcionários. ‘Houve uma grande mudança de paradigma em termos de carreira, antigamente era comum um colaborador passar anos em uma empresa mesmo que não estivesse totalmente satisfeito, pois o foco era manter o emprego. Hoje, grande parte dos profissionais no mercado de trabalho possui um perfil mais dinâmico, voltado ás suas realizações pessoais e não a empresa em si’, reflete o especialista.
Neste contexto, portanto, fica a indagação como desafio: como ser uma organização atrativa para esse novo perfil de profissional?
Além disso, esses novos profissionais exigem outros pontos na qual o RH deve manter-se atento, um deles se diz respeito à flexibilidade na jornada de trabalho.
Esse é um dos temas que já vinha em alta há algum tempo, mas que a pandemia acelerou. ‘Com a implementação do home office permanente como solução para manter os negócios ativos durante a crise sanitária, esse modelo trouxe uma série de desafios, principalmente no que tange a produtividade e qualidade das tarefas a serem executadas, portanto, para que o mesmo funcione com alto grau de satisfação, o RH deve implantar ações que gere a conscientização e maturidade dos colaboradores’, afirma o COO da Perfix.
Outra nova perspectiva ligada á área de Recursos Humanos é a transparência nas relações entre empresa e colaborador propiciado pelo comprometimento organizacional, que faz com que os funcionários tenham o desejo de permanecer e crescer na companhia.
‘O foco deve ser na experiência do colaborador, e para isso, é necessário entender os perfis e desejos dos profissionais e melhorar as propostas de valor. O olhar deve ser estratégico e orientado ás pessoas. Toda e qualquer decisão precisa ser embasada em informações extraídas da própria operação, assim, é possível garantir não só a sustentabilidade do negócio como também manter o atendimento ás necessidades da equipe, afinal, mais do que um setor da empresa, o RH deve assumir seu papel de protagonismo para o sucesso da organização’, finaliza o Jacomassi.